Encontros "BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA"

Encontros "BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA"
*** Economia da cultura no Distrito Federal ***
Ciclo de debates e Saraus para aproximar pessoas que se beneficiam com o desenvolvimento cultural de centros urbanos e cidades - produtores culturais, gestores, artistas, realizadores de eventos, turismólogos, urbanistas, empreendedores, investidores em projetos e intelectuais que pesquisam cidades criativas.
Mediação: João Reis - produtor cultural, pesquisador, músico e mestre em Psicologia.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MÚSICA NOVA, NOVOS ARRANJOS: CURSO INTERNACIONAL DE VERÃO

A América Latina tem mais uma edição de um dos seus mais importantes eventos musicais. Inicia-se no dia 09 de janeiro, abrindo o ano cultural brasiliense em tom maior, solar, em meio às chuvas afinadas e compassadas, ajudando ao descanso e/ou ao trabalho de construção da década (e da cidade criativa que é).

Harmonizado ao clima de recomeço cultural, o novo site da sempre elegante e eficaz Escola de Música de Brasília, está clean e com um ótimo arranjo de boas-vindas aos grandes profissionais da música internacional que orquestrarão a arquitetura invisível que sonorizará o belíssimo planalto central.

Brasilia aproveitando novos concertos e arranjos.



domingo, 14 de novembro de 2010

33o. CURSO INTERNACIONAL DE VERÃO - Escola de Música de Brasília

Há vagas para futuros músicos: vagas para matrículas que serão sorteadas. As filas que ocupam o espaço sonoro da Escola de Música de Brasília entoam expectativas ao ritmo da sorte. Entre o espaço da fila e o sorteio de vagas, a melodia está no formato de trio para dúvida+mudez+esperança: canta-se a certeza de cursos temporários, contrapõe-se a vagas nos cursos oferecidos aos sábados e cruza-se o desejo do Curso de Verão. Vibra-se a sinfonia da expectativa, nesse período em que se muda o governo local e também o que se entende sobre cultura estruturada na arquitetura vítrea do orçamento anual.
Poucas vagas, mínimas, semínimas, pausas... Até o solo do silêncio para muitos que ficarão de fora do curso técnico.
A certeza vem com as férias: o curso internacional de verão é um patrimônio cultural de Brasília. Histórico, grandioso e uma oportunidade ímpar de orquestrar o talento do brasiliense-candango para ocupar os espaços e a mente com sons.

A AGENDA PARA FUTURAS EDIÇÕES DEVE SER EXIGIDA PELA COMUNIDADE COM ANTECEDÊNCIA. 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mercado de pinturas

O mercado de artes plásticas em Brasília tem aumentando, na medida em que a cidade cresce. A importância da arte como investimento foi estudada pela economista Diva Pinho, que afirma que a pintura pode ser tida como uma reserva de valor, um bem com retornos estéticos e ganhos financeiros. Considera-a como sendo um investimento complementar a outros.

A avaliação financeira descrita por outro autor citado na obra da economista pesquisadora da USP, Rush, considera os seguintes itens:
1. quem pintou a obra - se é típica e se foi pintada no período de maior demanda da carreira do artista;
2. qualidade em comparação com outras pinturas do artista;
3. tema e dimensões da pintura;
4. histórico do artista;
5. quem vende a pintura;
6. onde e quando é oferecida à venda;
7. quem se apresenta para comprar;
João Reis III - Obra da exposição "Luthier" realizada em 2007. Coleção particular.


Diva Pinho conclui seu estudo sobre o investimento em pinturas com a seguinte frase: "No Brasil, para que a pintura se torne, efetivamente, importante opção de investimento, deve-se começar pela dinamização do mercado de arte [...], ampliando-se as possibilidades de concretização de efetivo mecenato empresarial via incentivos fiscais."

Galeno - Obras variadas


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Arte MonoMídia e encontros SocioArtísticos: maquetes de cidades criativas

A estética do encontro entre pessoas que são obrigadas a conviverem  numa cidade é um exercício de paz e também um exercício de felicidade. Um convivío que ousamos chamar de convivío "Político", com P maiúsculo (coisa que a humanidade ainda está construindo, aprendendo...). E conviver harmoniosamente, quase esteticamente, é uma possibilidade idealizada e utópica.


Como os espaços culturais são espaços idealizados, em que o império estético se dá, a mediação feita pelas obras de arte ali expostas têm múltiplas possibilidades de mudar a consciência das pessoas. E também esta multiplicidade, esta multimídia, está sendo construída, com uma grande oferta de possibilidades, que são muito úteis e que sempre precisam ter sua funcionalidade analisada. Seu impacto ainda está por se harmonizar com o que consideramos humano. Eles deveriam nos ajudar a construir o Humano. Porque a arte existe para humanizar. Então simplificar, como mostra a tradição e a vanguarda orientais, é imperativo. 

Nesse horizonte, os espaços culturais são maquetes idealizadas de cidades, por abrigarem o que poderia ser o melhor da expressão humana.. MonoMidiáticos ou MultiMidiáticos.
...
Vamos avançar com essas ideias e aproximar pessoas agentes da economia da cultura no DF, no próximo Encontro BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA. 
Abaixo, a visão de um arquiteto que busca simplificar seus projetos nesse mundo complexo e múltiplo.



Serpentine Gallery Pavilion dos arquitetos Kazuyo Sejima + Ryue Nishizawa


Uma iluminada citação do premiado arquiteto Ryue Nishizawa sobre tradição e inovação:

"... A história é como uma montanha, você não pode movê-la. A cada século, as pessoas criam algo novo e, no próximo século, novamente algo novo. A junção dessas novidades cria a tradição. Se você fala em tradição, tem que pensar em que tipo de novidade que você pode criar. As pessoas têm feito assim para criar a história. Eu acho que preservar a tradição é também fazer algo novo de um modo local, do seu modo, e isso não é uma contradição." 









quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FORMAÇÃO MUSICAL EM BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA

O desenvolvimento da cidade depende do desenvolvimento dos profissionais que atuam no setor.  Duas universidades, uma escola técnica e uma escola de choro compõem um cenário em que também a iniciativa privada é muito atuante.
Este foi o tema do II encontro BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA.







O CURSO DE VERÃO DE REPERCUSSÃO INTERNACIONAL É REALIZADO PELA ESCOLA DE MÚSICA DE BRASÍLIA




DOIS TEATROS FAZEM PARTE DA ESCOLA DE MÚSICA DE BRASÍLIA

CURSOS LIVRES AMPLIAM O ACESSO À FORMAÇÃO MUSICAL




LANÇADA NOVA UNIVERSIDADE DISTRITAL COM CURSO SUPERIOR DE MÚSICA
ESCOLA DE CHORO RAFAEL RABELLO



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CAPITAL DE MÚSICA SOFISTICADA - ORQUESTRANDO MAIORES ARRANJOS

O segundo encontro BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA discutiu o potencial musical da capital que é patrimônio cultural da humanidade, mostrando dados sobre a atuação da Escola de Música de Brasília e da UnB.



ESPELHANDO OPINIÕES E LEMBRANDO "CARTEMAS" FOTOGRÁFICOS EXPOSTOS POR MÁRCIO VIANNA SOBRE MACHU PICCHU



ENQUANTO DEMONSTRAVA DADOS SOBRE A FORMAÇÃO DE MÚSICOS EM BRASÍLIA

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

IMATERIAL, I-MATERIAL, MATERIAL - eventos e seus patrimônios

Numa referência distante do conceito de patrimônio imaterial da humanidade, o título deste post foca três dimensões culturais importantes: 
  • o que o homem produz de intangível - imaterial;
  • a base material necessária para essa produção - produtos em si;
  • e a mediação da tecnologia nas relações humanas -  i-material.
FESTIVAL DE TEATRO CENA CONTEMPORÂNEA ESTEVE POR AQUI, PARA ALÉM DO ESPAÇO



Alguns teóricos conseguem provar que estamos na Era da Experiência, em que eventos oferecem alternativas à Era Digital - uma era do isolamento humano mediado por algumas tecnologias de ponta. Nessa perspectiva, os eventos são uma força importantíssima para promoção da cultural e para tornar tangíveis e concretas a convivência entre as pessoas.


Relacionar tudo isso ao conceito de cidade criativa é o objetivo aqui, já que a cultura precisa de espaço para existir e da iniciativa dos gestores/produtores com seus eventos que permitam a expressão das pessoas.


Brasília, com sua peculiar característica de ter sido planejada estrategicamente para abrigar grandes cabeças pensantes, a mil metros de altitude, congregou diversas culturas, sem reproduzir as condições para que certas festas, rituais, encontros, etc ocorressem. Os pensadores, legisladores e executores das políticas públicas também têm raízes culturais que não precisam ser mediadas pelas constantes viagens que sempre caracterizaram os moradores da nossa capital. Digo isso porque a saudade da "terra natal" sempre levou os candangos para os aeroportos e rodoviária.


Com alguns eventos, desbravando espaços culturais e praças públicas, a estrutura física e social de Brasília cinquentenária permite uma nova cultura. Alguns espaços não podem ser modificados, seja pelo tombamento, seja pela relação entre custos e benefícios - que podem não ser compensadores. Ainda mais porque temos diversos espaços que podem ser aproveitados como espaços culturais, embora não tenhamos demanda suficiente para torná-los plenamente vivos de cultura.


Então vejamos os eventos que deram mais vida à cultura brasiliente, nesse início de setembro. Quatro grandes eventos ocorridos mostram o potencial que têm, a partir do modo como ocupam espaços, para produzir arte e integrar pessoas:


1. O Festival Internacional de Teatro (Cena Contemporânea);
2. A I Virada Cultural;
3. A 3a. Mostra Zezito de Circo; e 
 4. O desfile de 7 de setembro (com seus shows de encerramento e as referências às festas como o congado, o carnaval, maracatus e tantos que geram a saudade dos migrantes que materializam Brasília.
DESFILE DO PODERIO BÉLICO RELEMBRA EVENTOS DA CULTURA QUE GESTOU OS QUE MORAM EM BRASÍLIA





Desses eventos tão diferentes entre si, o que têm em comum é o uso da praça pública - a Esplanada - como continente da expressão máxima dos seres humanos que têm Brasília como sua morada e lar, e não apenas um local de trabalho.


Sabemos que indígenas de diversas tribos expõem, em rituais artísticos com danças e diversas expressões, a força que têm para ocasiões de guerra e paz. Assim tem sido o desfile de 7 de setembro, e não será o foco da discussão aqui.


Mas de modo diverso, os outros três eventos desbravam possibilidades.
FESTIVAL DE CIRCO ARMA-SE NO ENCONTRO DOS EIXOS - VIVO COMO SEMPRE


A beleza grandiosa do circo armado exatamente na praça das fontes que une o Conic ao tombado Touring Club foi surreal e perfeita, dando um sentido novo e encantador àquela região: cores e vida em espaços que dormem e se abandonam à noite. De uma forma muito criativa, os realizadores fizeram uma ponte entre o Teatro Dulcina e o picadeiro montado no que parece ser o exato ponto central do País, onde aqueles eixos são cruzados. O Circo dá outro sentido ao circo.


Já a Virada e o Cena permitem chamar atenção a outros pontos.
A I Virada Cultural, por ser a primeira, não pode ser comparada com o Cena Contemporânea - um evento jovem de 11 edições, que já está estruturado como organização gestora eficiente. Mas o ponto central em que quero chegar diz respeito ao uso da Esplanada para os shows da Virada e do Cena.
A inadequação do encontro dos dois eventos em algumas noites - vazando som de um para o outro - foi compensada pela riqueza de opções para o público espectador. Ainda mais pelo fato de terem focos estéticos distintos na oferta de shows. 


A região da Esplanada perto do cruzamento dos Eixos tem o acesso facilitado pela proximidade da rodoviária e da estação do metrô. E tem a acústica, a noite, a poeira e a ventania como os desafios para edições futuras.
O "cantinho" entre a rampa de entrada do Museu da República e o restaurante abrigou palcos para shows e teatro experimental  do Cena Contemporânea. Foi um espaço que pedia aconchego acústico e iluminação. Mesmo assim conseguiu oferecer um festival de uma grandeza ímpar, com atrações escolhidas por uma curadoria absolutamente impecável, visionária e madura. Inclusive com o show de Antônio Nóbrega trazendo canções de mestiçagem e com referências ao descobrimento do Brasil e sua renovação.

EVENTO REENCENADO NA ESPLANADA BRASILIENSE


Como conciliar a necessidade de materializar os eventos, capitalizá-los e atender às necessidades materiais das pessoas para quem eles foram realizados? É uma construção que o presente já tem capacidade de resolver.

 Um evento deve ser como a água: adaptar-se ao que dispõe como margem. A cidade é um desafio que o evento deve enfrentar e reinventar. Seu espaço sonoro, seu espaço olfativo, seu espaço visual, seu espaço higiênico, seu espaço ambiental e seu útero -  que fecundará o futuro - devem ser alvos estéticos.

Criar espaços íntimos para eventos é o que tem feito os espaços culturais “formais”. Mas fazer cultura dos (e nos) espaços informais das ruas/não-ruas, das avenidas e praças  ou em casos especiais/espaciais as esplanadas é a questão resolvida pelos eventos culturais.

E se alguém quiser responder para além dos eventos que se propõem a ser artísticos, faço eco para questões fundamentais:
Deixemos que todos durmam para que a verdadeira arte floresça?
Ou deixemos todos acordados para que verdadeira arte não adormeça?





quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Encontrar Brasília na esquina

O primeiro encontro BRASÍLIA, CIDADE CRIATIVA foi bem-vindo, gestando um polo de produtores de cultura e de expectadores da cultura que nos envolve. Olhamos outras cidades, com lunetas, telescópios, microscópios, coração e imaginação. E focamos Brasília, com estas mesmas ferramentas, incluindo sempre um pouco mais de paixão, amor e esperança.

Márcio Vianna, arquiteto, servidor do IPHAN e docente, apontou a desconstrução e reconstrução do patrimônio mundial a partir do conceito de PATRIMÔNIO IMATERIAL. Mostrou-nos algumas tradições brasileiras que se perpetuam graças ao papel visonário desse conceito sobre patrimônio.

Andrey do Amaral, trazendo um poema de Carlos Drummond de Andrade, "Cidadezinha qualquer", tocou no silêncio musical que enobrece BIBLIOTECAS. Tocou no tempo, que sempre se reapresenta, e  nos levou a lugares em que cada um de nós lembra e esquece como sendo uma cidade. Mapeou a Brasília literária. Mostrou-nos alguns ideais de espaços culturais que são ainda são tidos como bibliotecas, apontando horizontes que gostamos de olhar nesse planalto.

E, para começar, o conceito de "cidade criativa" se mostrou mais vivo do que nunca. Um poeta pode até se perguntar por que o conceito se escondeu nos diversos espaços culturais de Brasília... pode até dizer que lá estavam câmeras gravando tudo para nos mostrar apenas quando estivéssemos preparados... pode até se inspirar em rimar inovação com harmonização... Mas a poesia maior é o processo de pessoas se tornarem  arte, da arte se tornar cidade e a cidade se tornar lar.

E, para recomeçar, continuando de onde não pararíamos, no dia 16 de setembro, estaremos novamente encontrando visões futuras e momentos presentes únicos, no segundo debate.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Novas pessoas, nova cidade, nova cultura - um cenário futuro

Novas formas de aglomeração urbana geram novos comportamentos sociais e formas de relações entre seus habitantes. E também uma nova cultura surge, demandando uma nova produção cultural.

O futuro das relações dos moradores do DF com seus espaços culturais é instigante. Prever o futuro é construí-lo, como dizia Peter Drucker, filósofo e economista e grande pensador das organizações.

Uma ferramenta muito interessante para prever o futuro é a criação de cenários. Justamente o velho "cenário" que é tão caro para todos que lidam com a cultura. Tais cenários são ilustrações imaginárias com que podemos pensar possíveis interações entre as diversas variáveis que influenciam no desenvolvimento de um sistema complexo, como por exemplo o desenvolvimento da cultura numa jovem quase-metrópole como Brasília.

Cenários futuros para as interações sociais em Brasília, poderiam ser feitos começando com uma visão do desenvolvimento dos bairros. Nos próximos cinco anos, em 2015, um primeiro possível cenário poderá ser o seguinte:

Teremos 4 grandes aglomerados urbanos:

1. Plano Piloto, Cruzeiro, Sudoeste, Noroeste e Lagos;
2. Condomínio vizinhos dos Lagos, Sobradinho e suas vizinhanças;
3. Guará, Águas Claras, Vicente Pires, MSPW, Taguatinga e Ceilândia;
4. MSPW, Recanto, Samambaia e Gama

O ponto de encontro entre as pessoas dessas regiões - que geralmente se dá em espaços culturais e eventos culturais - será onde as pessoas têm acesso. Ou seja, onde é fácil, cômodo e confortável encontrar pessoas e a cultura. Temos por aqui quatro formas de acesso: acesso rodoviário, por metrô, a pé e por ... barcos! A cultura de navegar utilizando automóveis, a pé, por metrô e carros conviverá nesse cenário desenhado aqui.


Diversos espaços culturais (CCBB, Museu de Artes de Brasília - MAB e outros que poderão ser construídos à beira do lago, terão acesso opcional por embarcações.  A pé, nem pensar.
Indo para o CCBB e depois para o MAB e igreja da Vila Planalto


Nas outras aglomerações urbanas, é tempo de criar essa possibilidade de viver onde é possível caminhar para encontrar pessoas e acessar espaços culturais. E nos novos centros urbanos como Águas Claras, por ser vizinha de grandes áreas para mansões e chácaras, terão nas suas imediações novos espaços culturais que aproveitarão o potencial dessa nova demanda pela interação humana através da cultura. A relação com Taguatinha será uma relação cultural intensa, com diversas casas noturnas.

Vale a pena sugerir que espaços que são da UnB podem incrementar a educação com mais eventos culturais, inclusive eventos nunca pensados, por exemplo na Fazenda Águas Limpas, no MSPW. Também ampliar a Cidade da Paz para que sua nova fase seja ampliada para novas facetas da cultura.
UNB - Fazenda Água Limpa - MSPW


No Setor Noroeste, já temos áreas em que museus são previstos no novo parque Burle Marx e entre algumas quadras.
Parque no Setor Noroeste

A visão de futuro que esse cenário imaginário criou aponta um Distrito Federal pulsante culturalmente, porque é vitalizado com a aproximação das pessoas. E a vantagem dele é que pode nortear ações concretas de empreendedores do setor cultural. Deve também nortear e dar clareza às escolhas das pessoas que estarão aqui em 2015.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Centro Antigo, Centro Futurista

CONIC + SCS      =        LAPA carioca + PELOURINHO baiano?

Impensável essa comparação para quem não é matemático. Mas basta elaborar equações que não precisem de números e o resultado virá. São mais velhos do que as demais regiões da cidade, depreciados, pressionados pela transformação de valores urbanos, e muito bem localizados. Pronto: eis um pensamento algébrico e geométrico para qualquer economista conquistar a atenção de historiadores e empreendedores da indústria criativa. Sabemos que Centros Antigos merecem a revitalização como os de outras cidades no mundo. Na Lapa, no Rio de Janeiro, foram os empreendedores que passaram a atuar associados, em prol do desenvolvimento de seus negócios, segundo relato do produtor cultural Fernando Portella. Seu pensamento, reproduzido abaixo também nos leva a compreender o potencial dessa região para a cultura brasiliense ...

"[...] não existe nenhum lugar [...] que não possua características típicas e diferenciais a serem exploradas como temas para o desenvolvimento local. A cultura e a história estão sempre presentes, muitas vezes são óbvias (não exploradas devidamente) e em outros casos se encontram na forma latente, prestes para acontecer. Estes conteúdos despertam as pessoas para unidade, mexem com a emoção, desenvolvem a auto-estima, fortalecem os laços familiares, fixando o
indivíduo no lugar, além de gerar empregos e elevar a qualidade de vida local. 
A criação de POLOS DE EMPREENDEDORISMO CULTURAL 
traz para as Células de Atuação
benéficos sociais e econômicos para todos os negócios."

Havendo segurança no local, há muito o que ser desenvolvido culturalmente nessa célula central de Brasília. No Setor Comercial Sul, temos teatros como o do SESC e praças que se unem com o complexo do CONIC - com escolas de música, teatros, outras praças que se aproximam do Teatro Nacional, além da Faculdade Dulcina de Moraes. Também um diferencial: é um polo de sindicatos pensadores e visionários. Além de tudo, tem um grande fluxo de pessoas diariamente. 
Se trocar o abandono pelo cuidado, poderá ser um espaço DIURNO pleno de cultura, já que as proximidades com o Setor Hospitalar convida ao silêncio e ainda exigiria mais proteção contra os marginais que se habituaram a frequentar os seus recônditos - gerados pela aglomeração de prédios distribuídos no espaço de forma desorganizada.

SEGURANÇA E NOVOS PASSOS
Pensar esse centro urbano leva-nos a pensar na segurança local. E a lógica mais primária parece ser "cercar". Cercar espaços para que a fruição estética se dê. Cercá-los e proteger as pessoas passa a ser uma função de grande importância para um gestor (conselho de gestores)  de cidades e bairros de quaisquer cidades. E é um perigo sem si. Sofisticar o pensamento é entender que os grupos sociais evoluem, caso a gestão do desenvolvimento das relações sociais seja priorizado.

TRANSPOR RIOS E MUROS
Explico melhor, já que essas ideias relacionam estruturas arquitetônicas (concretas) e estruturas de convivência social (abstratas). Para explicar, é importante lembrar de dois conceitos visíveis e sensíveis em Brasília: o "muro horizontal" e os "rios de carros". As pontes que unem cidades e bairros de Brasília devem transpor esses "muros horizontais" que são as distâncias estrategicamente planejadas para que o crescimento acontecesse. E então foram construídos "rios de carros", que gerou mais distanciamente, isolamento. E que fizeram submergir por exemplo a "Vila Planalto", que cresceu onde o desejo quis e não onde o "planejamento" alcançou. E então foram multiplicados os carros como proteção. E quem tem carro quer estacionamento e autovias. Eis que  Brasília tem muitos deles.

A distância e o isolamento como proteção criam uma cultura reativa e paradoxal: afastar para conviver. Ou seja, não se convive se se afastam as pessoas. O ideal é aproximar e conviver e ter o opção de afastar quando se desejar também. Sem que isso seja compulsório pela concretude da cidade.

DIFERENÇAS E DEPENDÊNCIAS ECONÔMICAS
A projeção da economia indica continuação da distribuição de renda desequilibrada, que é um longo tempo de convivência entre classes sociais com poder aquisitivo diferente. Então mesmo com diferenças - e uma delas é a econômica - é preciso conviver entre os desiguais nessas categorias.

As pessoas são um grande patrimônio da metrópolis e das quase-metrópolis (Brasília enquandra-se nesse segundo caso).  Isso convida a aproximar pessoas e ensiná-las a conviver, a saberem que se desenvolvem com o convívio com a diversidade, num sistema que se equilibra numa ecologia social melhor do que a que temos.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Acesso ao espaço cultural - a pé, a carro e a mouse

O acesso à cultura já estaria resolvido com a internet, se considerarmos o percentual de pessoas com acesso à rede mundial de computadores.
Desse total de pessoas, quantas acessarão por exemplo o MAB, quando for concluída sua restauração?
O prazer de visitar o espaço físico de um museu é outro. Aliás, o acesso de barco, pelo Lago Paranoá, será um dos melhores, já que os privilegiados que podem visitá-lo a pé são apenas os moradores da Vila Planalto - uma vila/ilha, matéria-prima de uma pérola que surgiu à revelia do que se planejou, digo, se desenhou para Capital.

Sendo um patrimônio de todos, reconstruí-lo juntos passa a ser um legado que devemos edificar.


Estou reconhecendo o Museu pela apresentação que está no site da Secretaria de Cultura do DF (http://www.sc.df.gov.br/?sessao=materia&idMateria=1699&titulo=HISTORICO ) e que reproduzo abaixo.
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O Museu de Arte de Brasília - MAB foi criado em 1985 pelo Governo do Distrito Federal, por iniciativa da Secretaria de Educação e Cultura, que já reunia, em suas instalações, centenas de obras significativas da produção das artes visuais moderna e contemporânea, provenientes de doações e prêmios aquisitivos de salões locais e nacionais.


Ocupando área construída de 4.800 m², o Museu de Arte de Brasília – MAB está situado às margens do Lago Paranoá, no Setor de Hotéis e Turismo Norte, entre a Concha Acústica e o Palácio da Alvorada. É composto de três pavimentos:


* térreo: jardins, mostra permanente de esculturas do acervo, Galeria Espaço 1 (mostras temporárias) e cafeteria;

* pavimento superior: mostra permanente de esculturas, pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, instalações e objetos do acervo, Galeria Espaço 2 (mostras temporárias) e sala multiuso.

* subsolo: reserva técnica.
O edifício, datado de 1960, foi projetado por arquitetos da Novacap e construído no período pioneiro da capital, seguindo os padrões da arquitetura moderna, por sua volumetria e predominância de vãos livres. O prédio abrigou, inicialmente, o Clube das Forças Armadas e, mais tarde, o Casarão do Samba.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Espaços para as pessoas



Todo hábito e práticas sociais podem ser considerados "tecnologias". São tecnologias de convivência, de reprodução de sistemas de relações sociais ou de relações com a natureza que foram bem sucedidas em algum momento da existência humana e são então reproduzidos quando um bairro é construido ou reformado.
Que tecnologias são utilizadas para que uma cidade proporcione bem-estar (físico, mental, nas relações humanas e na interação das pessoas com a arquitetura e a Natureza do local)?

Acreditando que o que deu certo merece ser reproduzido. Então diversos hábitos desenvolvidos numa cidade consolidam-se. Mas o ser humano era outro há 50 anos. Que arquitetura ou espaço urbano contribui para a felicidade dos grupos sociais em constante evolução.
Mas como saber se essa "tecnologia" de moradia e convívio está sendo boa e gerando bem-estar e saúde para as pessoas hoje e nos próximos anos? É preciso utilizar sistematicamente medidas (indicadores numéricos) para diagnosticar se as pessoas estão felizes numa cidade ou bairro. "A tristeza do inverno" pode ser gerenciada com o “deslumbramento da primavera”. A Natureza determina, o ser humano busca soluções.
Se o inverno é da Natureza, desdobramo-nos para lidar com seus encantos. Mas se o concreto é ferramenta para construir um novo mundo, devemos então aperfeiçoar isso, melhorar continuamente o que fazemos às cidades que nos têm, já que são as cidades que nos tem dominado. E a base deve continuar sendo a harmonia entre as demandas humanas e da Natureza.
A opinião das pessoas sobre como viver numa cidade, como enfrentar e lidar com a Natureza, como harmonizar-se com ela, é uma medida que precisa ser feita sempre. Com métricas como essas será possível prever melhor as moradias, ruas, locais de trabalho e de trânsito das pessoas num bairro ou numa cidade.
Para Brasília, temos um desafio. Listemos as suas cidades (considerando Brasília como sinônimo do Distrito Federal, como é costume de todos por aqui). Como compará-las ao considerar o critério "qualidade de vida"? Hoje temos ferramentas adequadas para tal comparação? Não. Não temos. Podemos ter uma pesquisa com a opinião de moradores de cada bairro e a partir daí sugerir políticas públicas ou ações econômicas que atendam aos desejos que descobrimos e às necessidades evidenciadas.
Uma cidade que privilegia os automóveis em detrimento à qualidade de vida no bairro logo considerará o carro como o verdadeiro espaço cultural. Então um estacionamento será mais valorizado do que uma teatro de arena ao ar livre? Um meio-fio será mais valioso do que uma árvore frondosa?

Antes de responder, uma dica: o ser humano é um elemento da Natureza.

domingo, 8 de agosto de 2010

Era da Experiência vs Eventos

EXPERIÊNCIAS NOS EVENTOS
A transformação que a educação, a terapia e algumas vivências proporcionam é o alvo do mercado atual. Isso parece ser um paradoxo, porque o alta tecnologia promove encontros virtuais e um mundo de navegação nas fantasias cibernéticas.
Mas é justamente esse paradoxo que aponta o novo papel do mundo dos eventos.
Exemplos no mercado varejista não faltam, com espaços temáticos para vender os diversos produtos, como já tem explicado em livros como "O Espetáculo dos Negócios - The Experience Economy", lançado no Brasil em 1999, pela Campus.
Nesse livro, os autores afirmam que trabalho é teatro: "Toda ação contribui para a sensação encenada, qualquer que seja a atividade". "O desempenho de negócios deve competir com aqueles apresentados na Broadway e nos estádios".
E essa é a verdadeira definição sobre o que é um evento, colocando a arte nas diversas manifestações da vida. Porque sem poesia e arte a tecnologia não será ecológica.
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João Reis

quinta-feira, 29 de julho de 2010

1o. Encontro "Brasília, cidade criativa" - 19 de agosto, 19h30, na 201 Sul, Bar Brahma

A primeira mesa-redonda para aproximar pessoas que se beneficiam com o desenvolvimento cultural de centros urbanos e cidade -   como produtores culturais, gestores, artistas,realizadores de eventos, turismólogos, urbanistas, empreendedores, investidores em projetos e intelectuais que pesquisam cidades criativas  -   acontecerá na segunda semana de agosto, dia 19, 19h30.  Será no Bar Brahma, na Entrequada comercial CLS 201 Bl. "C"  - Asa Sul, Brasília - DF.




 Convide amigos e interessados no tema "CIDADES CRIATIVAS".

Para mais informações:
 brasiliacidadecriativa@gmail.com   

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A mesa-redonda será mediada por João Reis, músico, artista/pesquisador, mestre pela UnB, docente da Faculdade AIEC, pesquisador de processos criativos e membro da Rede Música.

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Contatos: 61 9936-0880 / 8147-6188

CIDADES CRIATIVAS E A COPA NO BRASIL

CIDADES CRIATIVAS E A COPA NO BRASIL

A preparação para a copa no Brasil faz Brasília continuar no seu círculo virtuoso. Uma oportunidade óbvia para um grande leque de novos negócios e também para incentivar as empresas que buscam crescimento.

Cabe a nós incentivarmos a criação de empresas nos bairros em que moramos, porque isso valorizará a cidade como um todo. Ainda mais quando são bairros e cidades que ainda estão "nascendo", como Brasília e suas cidades satélites.

O crescimento do País e seu posicionamento como uma potência respeitada tem atraído investidores internacionais. Vemos esclarecimentos na Revista Exame desta quinzena, mostrando que imóveis em grandes capitais brasileiras tiveram valorização semelhante a grandes centros mundiais. Também vemos esclarecimentos da visão que o Ministério do Turismo tem do nosso País, mostrando suas ações planejadas desde já para aproveitar a visibilidade que o Brasil terá com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Empresas estabelecidas nos bairros levarão a valorização, já que o crescimento gera postos de trabalho, e quem trabalha quer casa. E todos precisam mais do que trabalho. Por isso, empresas que valorizam as pessoas, como as de produção cultural, são as que têm um grande potencial para valorizar Brasília e todas as suas cidades satélites.
Cidades consideradas como “cidades criativas” como Barcelona e bairros como a Broadway são conhecidos pelos seus atrativos culturais, gerando receita e valorização. E outros argumentos nos mostram o potencial da cultura para um bairro e uma cidade, como a afirmação do ministro da Cultura. Ele aponta a cultura como grande geradora de empregos, mais até do que a indústria automobilística, além de gerar 6,5% do nosso PIB. Um verdade que sentimos há anos, mas que apenas um dado econômico dá mais segurança em acreditar.
Como as cidades são feitas para as pessoas e pelas pessoas, proporcionar bons serviços no bairro ou na cidade é valorizá-las.

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DE UMA CIDADE

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DE UMA CIDADE
As pessoas que assumem a responsabilidade pelo desenvolvimento de sua cidade têm mais satisfação e bem-estar, porque percebem sua marca positiva na cidade em que vivem. Elas entendem que são os agentes construtores, montando os "tijolos mais importantes", quer seja do condomínio, da quadra, do bairro, da cidade ou do estado em que moram.
Este blog convida para uma participação conjunta, numa visão bela do futuro de Brasília, agindo sempre a partir de onde estamos, do lar que queremos e o do "lar cidadão" que estamos construindo para o futuro.
Precisamos planejar juntos, colocar os "tijolos" juntos. A base é o conhecimento sobre as possibilidades. Há diversos estudos sobre Psicologia Ambiental na Universidade de Brasília, relacionando: ambiente e cultura, ambiente e lazer, ambiente e idosos, ambiente e crianças, cotidiano urbano, habitação, ambiente e trabalho etc.  Além de estudos, também temos a experiência e o desejo como ferramentas para essa construção.
Analisando cidades em pleno desenvolvimento, como Águas Claras em Brasília, vemos quantas chances temos de construir um ambiente social confortável e adequado para a felicidade dos que estão depositando seu tempo, sua esperança, seu investimento social e financeiro para a prosperidade da região.
Nós que trabalhamos com consultoria imobiliária, com comunidades, com educação, pesquisa e cultura, sabemos que de fato as cidades são feitas para todos e por todos. Investimos no presente e no futuro do DF.

CAPITAL INTELECTUAL, CAPITAL CRIATIVO

A capital do Brasil, desenhada para um vôo alto, continua intrigante, seja vista dos ares, seja nos sonhos de quem a vislumbra magnânima nos próximos 50 anos. E vê-la em alto vôo gera outras emoções que apenas a vivência com os pés no chão permite.

Ao redor dos monumentos, pessoas transformadas, espaços transformados. Antes, satélites gravitando sobre o que era um plano do vir a ser. Agora o que é  é mais humano.
Urbanizadas de um modo imprevisto, as cidades satélites - que formavam um arquipélago maior do que é hoje - agora estão mais próximas, fazendo Brasília não mais ser confundida com o Plano Piloto. As ilhas atraem umas às outras, sem gravitar ao redor de um único centro. O vazio entre uma cidade e outra tem desaparecido, como um muro que se "tomba" para aproximar pessoas, atraídas pelo encanto das expressões que outras pessoas têm. "Tombar" tem um grande significado. No caso do "muro horizontal" -  que é o espaço vazio entre as satélites -, "tombá-lo" tem tido um peso emocional que a arte expressará.

A população cresceu, a cidade cresceu, e as pessoas se aproximam, com a óbvia tendência à expressão da condição humana através das artes. E a casa da arte é a casa do encontro; e em muitas vezes o próprio encontro é o espetáculo. Mas precisamos ter mais casas específicas para espetáculos.

Tendas têm sido utilizadas como espaço cultural, como nos eventos realizados nos gramados ao redor da Sala Cássia Eller, Clube do Choro e Teatro Plínio Marcos. A cidade quer mais do que isso. Quem a visita também quer mais do isso.
Edificar novos ambientes específicos para a cultura, como locais de encontro e expressão é uma demanda de muitos. Dos intelectuais aos que não precisam pensar para viver, todos enxergam na arte algo fundamental para a condição humana. 
E na capital do País, o duplo significado da palavra "capital" permite jogos poéticos necessários. Permite também jogos econômicos sistêmicos fundamentais, que articulam o turismo e a cultura.

O potencial de Brasília como uma cidade criativa, polo de muitos eventos culturais e do encontro das artes de todos os tipos, é o tema deste blog. Justificado pelas emoções das pessoas que aqui vivem, de pés no chão. Justificado pelo desenvolvimento das pessoas, nesse horizonte, "passo pro infinito".