Novas formas de aglomeração urbana geram novos comportamentos sociais e formas de relações entre seus habitantes. E também uma nova cultura surge, demandando uma nova produção cultural.
O futuro das relações dos moradores do DF com seus espaços culturais é instigante.
Prever o futuro é construí-lo, como dizia Peter Drucker, filósofo e economista e grande pensador das organizações.
Uma ferramenta muito interessante para prever o futuro é a criação de cenários. Justamente o velho "cenário" que é tão caro para todos que lidam com a cultura. Tais cenários são ilustrações imaginárias com que podemos pensar possíveis interações entre as diversas variáveis que influenciam no desenvolvimento de um sistema complexo, como por exemplo o desenvolvimento da cultura numa
jovem quase-metrópole como Brasília.
Cenários futuros para as interações sociais em Brasília, poderiam ser feitos começando com uma visão do
desenvolvimento dos bairros. Nos próximos cinco anos, em 2015, um primeiro possível cenário poderá ser o seguinte:
Teremos 4 grandes aglomerados urbanos:
1. Plano Piloto, Cruzeiro, Sudoeste, Noroeste e Lagos;
2. Condomínio vizinhos dos Lagos, Sobradinho e suas vizinhanças;
3. Guará, Águas Claras, Vicente Pires, MSPW, Taguatinga e Ceilândia;
4. MSPW, Recanto, Samambaia e Gama
O ponto de encontro entre as pessoas dessas regiões - que geralmente se dá em espaços culturais e eventos culturais - será
onde as pessoas têm acesso. Ou seja, onde é fácil, cômodo e confortável encontrar pessoas e a cultura. Temos por aqui quatro formas de acesso: acesso rodoviário, por metrô, a pé e por ... barcos! A cultura de navegar utilizando automóveis, a pé, por metrô e carros conviverá nesse cenário desenhado aqui.
Diversos espaços culturais (CCBB, Museu de Artes de Brasília - MAB e outros que poderão ser construídos à beira do lago, terão acesso opcional por embarcações. A pé, nem pensar.
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Indo para o CCBB e depois para o MAB e igreja da Vila Planalto |
Nas outras aglomerações urbanas, é tempo de criar essa possibilidade de viver onde é possível caminhar para encontrar pessoas e acessar espaços culturais. E nos novos centros urbanos como Águas Claras, por ser vizinha de grandes áreas para mansões e chácaras, terão nas suas imediações novos espaços culturais que aproveitarão o potencial dessa nova demanda pela interação humana através da cultura. A relação com Taguatinha será uma relação cultural intensa, com diversas casas noturnas.
Vale a pena sugerir que espaços que são da UnB podem incrementar a educação com mais eventos culturais, inclusive eventos nunca pensados, por exemplo na Fazenda Águas Limpas, no MSPW. Também ampliar a Cidade da Paz para que sua nova fase seja ampliada para novas facetas da cultura.
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UNB - Fazenda Água Limpa - MSPW |
No Setor Noroeste, já temos áreas em que museus são previstos no novo parque Burle Marx e entre algumas quadras.
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Parque no Setor Noroeste |
A visão de futuro que esse cenário imaginário criou aponta um Distrito Federal pulsante culturalmente, porque é vitalizado com a aproximação das pessoas. E a vantagem dele é que pode nortear ações concretas de empreendedores do setor cultural. Deve também nortear e dar clareza às escolhas das pessoas que estarão aqui em 2015.